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Apenas defendendo minha fé, e cético em relação aos ateus

Palestra de Graça Salgueiro no CIRCAPE

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No dia 13 de junho passado, fui convidada pelo Círculo Católico de Pernambuco (CIRCAPE) para proferir uma palestra cujo título foi “O avanço do comunismo na América Latina e suas conseqüências catastróficas na sociedade”.

Foi um encontro muito agradável e surpreendente, pois naquele dia chovia a cântaros em Recife e imaginei que poucas pessoas se disporiam a sair de suas casas, à noite, com toda aquela chuva, para ouvir uma palestra sobre um tema que não se discute muito por absoluta falta de interesse no que se passa ao nosso redor. Entretanto, e apesar desse inconveniente, para minha surpresa o auditório estava com quase cem pessoas e no debate que se seguiu depois, pude constatar com alegria que tratava-se de pessoas inteligentes e com conhecimento do tema.

Um dos temas abordados foi sobre a “Comissão da Verdade”, no qual pude fazer uma reflexão sobre oprojeto de destruir e desmoralizar as Forças Armadas do continente, que remonta aos anos 2004-2006. Nessa reflexão comentei que tal comissão afirma que “não tem caráter punitivo nem força de lei” mas que isto era apenas para calar a voz dos militares e civis que se posicionaram contra e que, mais adiante, encontrariam uma maneira de colocar adendos, ressalvas ou outro artifício jurídico para punir os militares – mesmo não podendo tirá-los da Lei da Anistia por determinação do STF -, com julgamentos e prisões como já ocorre na Argentina, Chile, Uruguai e Colômbia.

Pois bem, não levou muito tempo para que minha reflexão se mostrasse totalmente correta, pois ontem o jornal Folha de São Paulo publicou uma matéria onde consta que o Coronel Lício Maciel, herói da guerrilha do Araguaia, agora está sendo acusado de “seqüestrador” de um terrorista daquela guerrilha, e que crime de “seqüestro qualificado” prevê de dois a oito anos de prisão. Quer dizer, não podendo “desanistiá-los”, inventam-se outros tipos de crimes que são inafiançáveis e imprescritíveis, segundo o nosso ordenamento jurídico, conquanto que seu objetivo de destruí-los completamente seja alcançado. Proximamente escreverei sobre este fato asqueroso e injustificável contra o Coronel Lício Maciel.

Como a palestra foi longa, o vídeo foi dividido em 5 partes que podem ser vistas abaixo.

Palestra de Graça Salgueiro no CIRCAPE, video I

Palestra de Graça Salgueiro no CIRCAPE, video II

Palestra de Graça Salgueiro no CIRCAPE, video III

Palestra de Graça Salgueiro no CIRCAPE, video IV

Palestra de Graça Salgueiro no CIRCAPE, video V

Fonte: Mídia Sem Máscara

Comentários:

Vale a pena assistir à Palestra da Graça Salgueiro. Ela fala sobre FARC, Terrorismo Esquerdista, entre outros assuntos interessantes.

Written by catolicoresp

24/07/2012 at 18:00

Publicado em Outros, Política, Vídeo

Técnica: Deus dá punições infinitas(inferno) para crimes finitos(pecado)

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Aqui temos uma técnica que é relativamente simples de se expor. A alegação é bastante simples: Deus é um ser injusto, pois a punição pelos pecados(o inferno) é eterna, mas os pecados em si são crimes “finitos”. Eu quero fazer a refutação por alguns caminhos:

O que é um ‘crime finito’?

O neo-ateu usa essa expressão, mas raramente ele explica o que é um ‘crime finito’. Ele pode estar se referindo à questão temporal(o assalto ao banco durou 3 horas), à questão da consequência(o dano causado pela agressão demorou 3 meses para ser curado) ou até a alguma outra coisa. Então vale a pena perguntar: O que exatamente o neo-ateu chama de ‘crime finito’?

Um pecado é sempre finito?

Dependendo da definição que for dada, podemos refutar alegando que nem todo pecado é um crime “finito”. Vamos avaliar as duas possibilidades que citei(observando a consequência e observando o tempo de demora para a prática do pecado). Se observarmos as consequências, o assassinato é um crime irreversível, já que aquele que foi morto continuará morto. Ou seja, logo de início já podemos questionar que os pecados sejam crimes sempre finitos.

O que o neo-ateu pode alegar é que ele está usando uma escala temporal, o que seria completamente absurdo. Um exemplo simples seria o seguinte: Se um juiz punisse dois assaltantes de banco a 5 anos de prisão, duvido que alguém fosse lá reclamar com ele: “Mas Meritíssimo, um dos assaltantes teve um assalto que durou 3 horas a mais que o outro! Você deve dar, por isso, penas menores para o que ficou menos tempo dentro do banco”. Tal atitude seria questionável.

Há uma relação entre a pena e a dignidade da pessoa contra a qual a pena é cometida

Para falar disso, prefiro citar esse trecho do post do blog Filosofia E Apologética:

“Em primeiro lugar, existe um parâmetro clássico de acordo com o qual o grau e a duração de uma pena é diretamente proporcional ao nível de dignidade e valor do objeto contra o qual se cometeu o delito. Assassinar um animal de estimação não tem o mesmo valor que matar uma pessoa e por consequência requer pena mais leve e de duração inferior. Sequestrar um animal de estimação não tem o mesmo peso que sequestrar uma pessoa e por conseguinte requer punição mais leve e de menor duração. Semelhantemente, ofender o Deus infinito requer punição diretamente proporcional: Ou seja, o próprio inferno eterno. “

Isso já explica: Se Deus possui uma dignidade infinita, temos uma pena infinita para aqueles que cometerem crimes contra Ele, e todo pecado é uma ofensa a Deus, sendo todos eles passíveis de uma punição eterna, seguindo o raciocínio citado acima.

Inferno: Punição ou escolha?

Como eu já expliquei no post “O Inferno existe. Logo, Deus é mau“, o Inferno é muito mais uma decisão do pecador em preferir o pecado à graça de Deus do que propriamente uma punição divina. Se eu nego a Deus e prefiro o pecado, a responsabilidade pela ida ao inferno não é de Deus, mas minha, por ter negado a Deus, que nos dá a liberdade de optar pela negação a Ele.

Conclusão

Essa é uma técnica com mais de uma falha: Não há uma definição específica do que seria um ‘crime finito’, a pena se aplica de acordo com a dignidade daquele que foi ofendido e o inferno, mais que uma punição pelos pecados, é uma escolha do pecador. Levantando-se esses três pontos, já temos o suficiente para refutar a técnica utilizada. Sem contar que, mais uma vez, contamos com uma prepotência neo-ateísta que querem julgar a própria fonte de moralidade e Justiça, chamando-o de injusto.

Written by catolicoresp

02/07/2012 at 20:00

Publicado em Técnica

Governo Dilma e o Aborto no Brasil

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Bom, já é de conhecimento de várias pessoas que o PT tem, em suas diretrizes, o compromisso de legalizar o aborto no Brasil. Contudo, agora o que o Governo Federal pretende fazer é simplesmente pular o Congresso Nacional e fazer a recomendação dos abortos(ou seja, apologia ao crime) nos Hospitais do SUS.

Não vou me alongar mais sobre isso, pois o Pe. Paulo Ricardo explica o que é necessário no vídeo a seguir.

O documento ao qual o Pe. Paulo se refere pode ser encontrado aqui. Não podemos deixar que tal crime seja legalizado no nosso país! Vamos à luta.

Outros posts sobre o aborto:

Aborto e as incoerentes razões para legalizá-lo

Aborto:  O assassinato

Written by catolicoresp

29/06/2012 at 13:00

Técnica: Um ser perfeito não pode gerar seres imperfeitos

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Segundo essa técnica, a conclusão se torna óbvia: Se seres perfeitos não pode gerar seres imperfeitos, e nós somos imperfeitos, então Deus ou não existe, ou não é perfeito. É possível que o neo-ateu utilize, como comparação, algo como uma máquina e faça uma pergunta do tipo: “Poderia  uma máquina perfeita produzir produtos imperfeitos?”.

O grande problema aqui é o seguinte: temos uma grande diferença entre Deus e uma máquina: A máquina simplesmente reproduz o que lhe é mandado. Deus, diferentemente, é um ser pessoal e pode escolher como fará a criação.  E se ele possuir bons motivos para fazê-la com imperfeições, então não  há problema algum nesse resultado distinto.

O mesmo vale com qualquer um que desenhe: Muitos de nós temos ou tivemos algum amigo que era capaz de fazer desenhos absurdamente detalhados e bem feitos. Agora peça-os que faça um desenho mal feito, e vejamos se ele não tem capacidade de fazê-lo. Ou usem-me. Eu tenho capacidade de escrever textos com poucos erros de ortografia, mas é só me pedir que cometo erros absurdos desse nível, como nessa frase: “eu kero pitsa no aumosso”. Por eu ser um ser pessoal que pode fazer escolhas, eu tenho perfeita capacidade de escrever com uma péssima ortografia. Da mesma forma, Deus pode criar criaturas imperfeitas se assim desejar e tiver motivos suficientes para isso.

Agora, quais seriam esses motivos para fazer com que Deus, que podia fazer uma criação perfeita, venha e a faça imperfeita? Podemos citar com facilidade o livre-arbítrio. Se Deus queria nos dar o livre-arbítrio como demonstração de seu amor para conosco, então a  imperfeição vem por consequência simples e direta,  já que o livre-arbítrio inclui fazer coisas ruins e boas. Daí surgem duas objeções comuns, que vou tratar.

1) Deus poderia ter feito pessoas com livre arbítrio entre dois bens diferentes, mas não um mal.

A princípio a ideia parece coerente, mas não o é de fato por um motivo: Se Deus quer que escolhamos a Ele por livre e espontânea vontade, então é necessário que haja como escolher algo que não leva a Ele. Se só há como escolher entre ‘dois bens’ diferentes, então só há como escolher a Deus, fazendo com que o livre arbítrio seja uma farsa.

2) E os males naturais?

Doenças, desastres naturais, morte, etc… Deus podia não ter gerado essas imperfeições, e o livre-arbítrio  nada tem a ver com a existência dessas coisas. Além de isso ser basicamente o Paradoxo de Epicuro, podemos também lembrá-los que Deus pode ter escolhido nos permitir tais sofrimentos como forma de fazer caridades, por exemplo. Ademais, vou usar até um clichê: Nós aprendemos com as coisas ruins mesmo. A maior parte das lições de vida que temos é por meio de erros e coisas ruins que aconteceram a nós e a conhecidos.

Pode ser exatamente por causa dos ensinamentos que tais tragédias podem nos dar que Deus permite que elas aconteçam. Havendo essa possibilidade, a suposição neo-ateísta cai por terra totalmente.

Conclusão

A comparação de Deus com uma máquina é impossível pela pessoalidade divina. A imperfeição do mundo, portanto, pode ser uma decisão pessoal de Deus que pode incluir o livre-arbítrio e aprendizado, sendo ambos motivos morais suficientes para a possibilidade de haver o mal. Assim sendo, o perfeito pode sim gerar o imperfeito, desde que queira fazê-lo.

Written by catolicoresp

28/06/2012 at 20:00

Publicado em Técnica

Algumas mudanças…

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No último post eu comentei que esse tempo de ausência me serviu para estudos pessoais que mudaram meu modo de ver as coisas. Por isso, queria apenas falar de algumas mudanças que acabaram sendo parte de minha mentalidade e, por conseguinte, irão aparecer no meus próximos posts, seja na forma de tratar os assuntos, seja no próprio tratamento de novos temas.

Mudou, por exemplo, a minha forma de observar os self-selling neo-ateístas, como mostrei no primeiro post de minha volta, olhando para ele no âmbito do debate e como isso pode repercutir na derrota ou vitória nesse aspecto. Tentar perceber os efeitos das alegações e como elas podem ser prejudiciais ou não dentro de um contexto de debate, vendo a partir dos olhos da platéia foi uma mudança oriunda desses meus estudos recentes.

Outra coisa que será percebida é que movimentos ideológicos de esquerda como o gayzismo(que já tratei algumas vezes), feminismo, pró-aborto, movimento negro, e, naturalmente, o neo-ateísmo serão tratados com mais frequência, dada a importância e repercussão que esses movimentos possuem em nossa sociedade como forma de mudanças culturais.

Para aqueles que possuem certa curiosidade do que estudei esse período, seguem as fontes:

Aulas do Padre Paulo Ricardo sobre Marxismo Cultural

As aulas são excelentes e me mostraram a importância da luta contrária à mentalidade marxista que vem sendo implantada em nossa sociedade de forma sistemática e é uma cultura contrária não só contra a Igreja Católica, mas a todos aqueles que são conservadores nos aspectos morais, por exemplo. E, como bem lembra o Pe. Paulo, os marxistas não possuem compromisso com a Verdade e, por isso, mentem sem o menor pudor(coisa que o Luciano Ayan, a quem farei referência a seguir, já cansou de demonstrar): Qualquer um que tenha apreço pela verdade deveria combater as mentiras espalhadas pelo marxismo cultural.

Os vídeos estão disponíveis no youtube nos seguintes links: Aula 01Aula 02Aula 03 Aula 04Aula 05Aula 06Aula ‘extra’

Observação: Recomendo que haja um espaço de tempo entre a visualização dos vídeos, uma vez que o Pe. Paulo fornece muitas informações importantes e trás novas visões do que acontece atualmente de forma relativamente rápida. É possível que alguém que veja tais vídeos sem antes digerir as informações os entenda de forma errada ou taxe de “Teoria da Conspiração” antes de avaliá-lo de forma adequada.

Luciano Ayan

A volta do blogueiro Luciano Ayan foi excelente no ponto de vista da visualização dos debates – isso incluindo não só os meios acadêmicos, mas também redes sociais como o Facebook – e, portanto, mudança na minha forma de debater(e escrever). É óbvio que não concordo com tudo o que o Luciano diz, uma vez que, por exemplo, ele possui uma visão darwinista de mundo e eu não, ele é a favor do aborto em casos em que o bebê não sinta dor e é a favor da eutanásia, contra as quais eu sou contrário. A dica que fica, sobretudo para os Cristãos, é a seguinte: Muito cuidado com o que o Luciano diz, já que alguns textos deles trazem visões contraditórias com o Cristianismo, mas continua sendo uma boa fonte de estudos, desde que feitos com cautela.

Mídia Sem Máscara

É um blog interessante com vários escritores. É evidente que, por ter vários escritores, é necessário ter cautela com o que se lê, da mesma forma que falei quando citei o blog do Luciano Ayan. Contudo, é um blog excelente para obter comentários sobre as notícias recentes e uma fonte externa de informações que não seja a grande mídia, tomada pelo Politicamente Correto e pelo Marxismo Cultural. O Mídia Sem Máscara traz continuamente comentários interessantíssimos sobre o que acontece não só no Brasil, mas no mundo.

Olavo de Carvalho

Embora seja bem verdade que eu não sigo o blog do Olavo, eu acabo tendo contato com os textos dele no Mídia sem Máscara(citado acima) e no seu programa, True Outspeak, que ele realiza toda semana e lança no canal do Mídia Sem Máscara no youtube, sempre possuindo aproximadamente uma hora. Nesses vídeos, Olavo comenta as notícias da semana e aproveita para dar informações sobre vários assuntos, que incluem, por exemplo, História e Filosofia.

Finalizando…

Basicamente, essas foram as fontes que modificaram meu modo de ver as coisas nos últimos meses. É evidente que ainda tenho muito o que estudar, e continuo estudando paralelamente aos textos que lanço neste blog. Torço para que possamos todos sermos a luz do mundo e sal da Terra, conforme pede Jesus Cristo, mas sê-lo não é fácil e toma muito tempo em estudos sobre diversos assuntos. Estejamos atentos e lembremo-nos, sobretudo os Católicos, que nosso compromisso é, acima de tudo, com a Verdade.

Espero que meus comentários e referências nesses posts sejam úteis a todos.

Written by catolicoresp

21/06/2012 at 20:00

Publicado em Outros

Técnica: Ateus são fortes, cristãos são fracos(crença em Deus por necessidade)

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Estou voltando à ativa por tempo indeterminado, e nessa volta proponho essa técnica já tão comum, que o Snowball tratou nesse post, e que eu pretendo desenvolver à minha maneira neste aqui, embora ainda recomendo a leitura do post do Snowball. De fato, esses últimos meses em que estive inativo no blog serviram de estudo e, portanto, mudei a forma de ver algumas coisas, o que deve ser percebido com os novos posts.

No que consiste essa técnica? Simples: O ateu diz que a crença do Cristão se origina do medo de se sentir sozinho e por isso ele se engana e cria um Deus para acompanhá-lo(uma espécie de amigo imaginário), ou mesmo diz que o teísta tem medo da morte e por isso cria uma vida fora dela para se reconfortar. Ou seja, o teísta, em sua fraqueza, cria um Deus para se suportar e o ateu, forte, consegue viver sem essa crença irracional e símbolo da fragilidade humana.

Quero discutir, nesse post, o seguinte:

  1. Erro na argumentação: Falácia Genética
  2. Erro na argumentação: Leitura Mental
  3. Usando o mesmo raciocínio, podemos dizer o contrário
  4. Utilidade no debate

Erro na argumentação: Falácia Genética

A falácia genética consiste na crítica da origem de determinada crença e, a partir dela, a tentativa de invalidá-la. Contudo, é evidente que a origem de determinado pensamento não é suficiente para considerá-lo falso. Pode ser que alguém creia que os desertos são secos porque fez um estudo e passou em todos os desertos medindo a umidade do ar neles por um período de tempo determinado, e outro creia nisso simplesmente porque viu na TV. Se aplicarmos a falácia Genética, alguém poderá facilmente dizer: “Ah, ele só acredita que desertos são secos porque viu na TV. Então desertos não são secos.”.

Numa comparação entre as duas ideias até chegaríamos a um absurdo: A informação, se for dada pelo estudioso que citei primeiro, é mais verdadeira que se for dada pelo segundo exemplo. Ou ainda pior: Se for dada pelo primeiro, a informação é verdadeira, mas se for dada pelo segundo(o que assistiu TV), então é falsa. Isso é, obviamente, sem sentido, já que ambos fazem a mesma alegação e ela não pode ser verdadeira E falsa ao mesmo tempo. Resumindo: Mesmo que o Teísta do debate creia em Deus por causa do medo, isso não faz com que sua crença seja falsa, já que a origem de uma alegação não pode ser definida pela origem dela.

Erro na argumentação: Leitura Mental

Se não bastasse o erro da Falácia Genética, ainda temos uma tentativa de leitura mental evidente. Ora, como ele pode alegar com certeza que todos os Teístas creem em Deus por medo(ou carência)? Ou mesmo, como ele alega que eu tenho essa crença por isso? Só há uma forma de ele ter descoberto isso: Lendo minha mente. Como a maioria das pessoas duvida que ele(ou qualquer outra pessoa) tenha tal habilidade, a alegação do neo-ateu que foi feita foi uma mera acusação  incomprovada e desonesta.

Usando o mesmo raciocínio, podemos dizer o contrário

Se, mesmo diante dessas evidências, o ateu insistir na argumentação e repeti-la(o que acontece frequentemente) use-a contra ele, sempre lembrando que você sabe que o raciocínio é falso. Como fazê-lo? Diga que os ateus são fracos porque não querem aceitar uma divindade à qual devem servir, pois isso na vida do Teísta é um fardo diário que realmente dá trabalho, e quem leva o cristianismo a sério sabe do que estou falando. Dessa forma, a aceitação de Deus é, na verdade, uma decisão que torna sua vida mais difícil, e não mais fácil como dizem os ateus. Com essa perspectiva(Vou lembrá-los novamente: é uma argumentação que possui falácias), o ateu é o fraco e o teísta o forte, e o golpe do ateu se volta contra ele por analogia.

Fazendo isso, lembro vocês novamente, é necessário deixar  claro que  você sabe que a argumentação é falha, mas ela segue a lógica do neo-ateu e, quando você usá-la, ele terá de abrir mão para ser coerente ou aceitar ser chamado de fraco, o que duvido que ele faça. Se ele abrir mão, serviu ainda melhor para você, que fez com que o neo-ateu concordasse que a argumentação proposta por ele é falha e agora o debate pode voltar ao normal.

Utilidade no debate

Acho importante frisar porque essa técnica é utilizada por neo-ateus, embora nem sempre eles mesmo saibam disso. Ao se auto denominar forte, o ateu já faz com que o teísta do outro lado do debate seja excluído do debate. Afinal, ninguém quer ouvir o pensamento de uma pessoa que possui uma crença por necessidade e não consegue encarar a realidade. Isso serve para o neo-ateu falar a besteira que bem entender sem ser questionado, e isso é um dos fatores que determinam a vitória ou a derrota no debate: não importa o quão bons sejam seus argumentos, se você for taxado a priori de fraco, então você já não será ouvido e o neo-ateu vencerá o debate do ponto de vista da plateia.

Conclusão

Esse truque precisa ser desmascarado sempre que surgir no debate, uma vez que ele é determinante para o que aqueles que o veem ou leem pensarão dos debatedores. Deixar que esse self selling seja propagado é perder o debate. É um truque fácil de se refutar, mas se não for refutado pode gerar a derrota do teísta no debate, o que não nos interessa nem um pouco.

Written by catolicoresp

13/06/2012 at 20:00

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Análise de texto: Refutação de alguns argumentos a favor da existência de Deus – Conclusão

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Não posso dizer que não gostei do texto do Dan Baker. Não que ele seja bom, mas ao menos ele gerou alguns posts para o blog e me ajudou a exercitar um pouco. Vamos ver a conclusão do próprio autor…

Deve notar-se que mesmo que estes argumentos teístas fossem válidos, não estabeleceriam o criador como sendo pessoal, singular, perfeito e atualmente vivo (exceto o argumento da “revelação”, que tem a liberdade de criar qualquer tipo de deus que se deseje).

Nós podemos combinar vários desses argumentos para trazer tais definições sem muito problema(o argumento Cosmológico de Kalam nos ajuda bastante nisso), e vale lembrar que poucos foram os argumentos efetivamente refutados por Dan Baker, e todos os que ele conseguiu refutar foi porque ou os apresentou errado ou simplesmente não existem tais argumentos.

Ademais, o que ele disse foi uma baita de uma mentira. Afinal, o Argumento Ontológico, se for verdadeiro, evidencia um Deus perfeito, já que é justamente esse o objetivo do Argumento. Então ele poderia ao menos ser mais honesto quando escreve, não é? E ainda estou achando um tanto esquisito esse papo de “atualmente vivo“… O que exatamente isso significa? O singular também me pareceu um tanto esquisito, mas tudo bem… Deixemos ele ser feliz ao menos agora.

E nenhum desses argumentos lida com a presença de caos, maldade e dor no mundo, o que torna uma divindade onipotente responsável pelo mal.

Agora todo argumento Teísta precisa tratar do Paradoxo de Epicuro? Cada um que me aparece…

Muitos teístas, quando se apercebem que os seus argumentos filosóficos falharam, recorrem a ataques pessoais estereotipados.

Olha, sei lá se isso é verdade, mas não bate nem de longe com a minha experiência. Até porque poucos dos Teístas que vi debatendo perderam o debate, e em geral o comportamento de xingar e dar chiliques é do neo-ateísta, e não do Teísta. Mas, de qualquer forma, isso aí não passou de um ataque um tanto bobo contra Teístas, que até pode fazer com que alguns neo-ateus não desejem debater com Teístas porque eles são “irracionais e fazem ataques pessoais”… Talvez ele tenha colocado isso justamente para que o neo-ateu se recuse a debater com os Teístas e não seja exposto a um debate sério no qual as coisas fossem esclarecidas.

Todos os ateístas são rotulados de infelizes, imorais, encolerizados, arrogantes, demoníacos, vilões insensíveis que não têm razão para viver. Isso é falso e injusto. Mas mesmo que fosse verdade, isso não tornaria o teísmo correto.

Juro que até vi aqueles rostos dramáticos enquanto ia lendo esse trecho… Que coisa surreal! Mas tem uma verdade: O ateu não tem razão para viver. Uma vida sem Deus é uma vida completamente sem sentido, na qual seus atos – sejam eles positivos ou negativos – não serão de fato importantes, principalmente porque não há certo e errado em um mundo ateísta. Naturalmente, a falta de sentido da vida sem uma divindade não prova a existência de Deus(acalmem-se neo-ateístas!).

Me sinto livre aqui para fazer outra observação: Ele diz que os Teístas rotulam os Ateístas, e trata isso como algo injusto(concordo que alguns dos rótulos recebidos são de fato injustos)… Mas o próprio Dan Baker rotula Teístas de modo generalista e injusto! Alguns exemplos de quando ele o fez de modo direto, sem contar as inúmeras vezes nas quais ele o fez de modo indireto:

  • “A crença é normalmente um assunto cultural ou pessoal separado da ocupação e ninguém, nem mesmo um cientista, é imune às seduções irracionais da religião.”(Parte “Ciência”) -> Religião é irracional…
  • “O conformismo religioso, um instrumento de tiranos, é uma ameaça à liberdade”(Parte “Aposta de Pascal”) -> Você é religioso e está contente com isso? Você faz parte de um grupo que ameaça a liberdade. Embora o conformismo religioso possa ser um instrumentos de tiranos isso não significa que todo religioso conformado é controlado por um tirano e é privado de suas liberdades.
  • “Não há evidência de que os teístas são mais morais que os ateus. De fato, o contrário parece ser verdadeiro, conforme evidenciado por séculos de violência religiosa.”(Parte  “Moralidade”) -> Você, se é Teísta, é menos moral que um ateu. Necessariamente. E tudo isso por causa das guerras “religiosas” que ocorreram antes mesmo de você nascer(?). Poderíamos fazer um paralelo entre o Comunismo e o neo-ateísmo, ou então refutar a ideia dos “séculos de violência religiosa” que mostram uma visão simplista da história, mas não é o objetivo do post nesse momento.
  • “A exigência de uma moralidade “absoluta” só vem de religiosos inseguros.”(Parte “Moralidade”) -> Se você acredita em uma moralidade absoluta é porque você é um “religioso inseguro“(seja lá o que isso quer dizer).

Enfim, acho que está bom. Não citei todos os ataques diretos ao Teísmo, não citei nenhum ataque indireto e não comentei a auto-propaganda(ou self-selling, como preferirem) do neo-ateísmo…

Visto que o exame cuidadoso mostra que todos os argumentos teístas são inválidos, o ateísmo fica como a única posição racional.

Cuidadoso? Sinto muito, Dan Baker, pois seu estudo não foi nem de longe cuidadoso. Um estudo cuidadoso não apresentaria os argumentos de modo incorreto. Um estudo cuidadoso teria refutações bem apoiadas, e não tomadas como Petição de Princípio(coisa que, quem leu minhas refutações, percebeu que ele usa com grande frequência).

Ademais, o Ateísmo é a negação da existência de Deus, ou seja, o imediato oposto do Teísmo(por isso “a”teísmo, com o “a” como negação). O que se segue, quando os argumentos Teístas são refutados – se Baker tivesse conseguido refutá-los –  é o agnosticismo, e não o Ateísmo.

Resumo:

  • Design: Não foi bem apresentado, cheio de Petições de Princípio e até com uma sugestão que vai contra as evidências científicas(a Eternidade do Universo);
  • Experiência Pessoal: Embora a definição tenha sido boa, a refutação se utilizou de Petição de Princípio, e foi simplesmente falha;
  • Moralidade: Apresenta o Argumento Moral de modo satisfatório, mas demonstra não conhecer direito o argumento em sua refutação, já que fala de diversas coisas no texto como se essas fossem contraditórias com o Argumento Moral, quando eram na verdade parte integrante do argumento. Também falha na refutação;
  • Primeira causa: O Argumento foi apresentado de modo completamente incorreto, e Dan Baker refutou um espantalho;
  • Aposta de Pascal: Nunca configurou-se em um Argumento para a existência de Deus, então nem faz sentido que esta aposta(que é, na verdade, uma mera reflexão) esteja naquela lista, a não ser que Dan Baker quisesse utilizá-la para fazer propaganda(o que não duvido nada);
  • Argumento Ontológico: Foi bem apresentado, mas a refutação foi muito ruim e até chegou ao nível de simplesmente repetir o que o Argumento diz como forma de refutá-lo(?!);
  • Revelação: O argumento foi apresentado como uma Petição de Princípio – coisa que Dan Baker simplesmente não percebeu e, mais  uma vez, utilizou-se desse recurso falacioso -, e a refutação foi bastante tosca;
  • Ciência: Um argumento que eu nunca vi ser utilizado por Teístas – embora não seja raro que os neo-ateus o utilizem -, e constitui-se de uma Falácia do Apelo à Autoridade muito mal montada, já que os Filósofos estão em posição  muito melhor que os Cientistas para discutir a existência de Deus e, consequentemente, representariam uma autoridade maior ao tratar do assunto;
  • Fé: O que foi apresentado como o argumento da Fé por Dan Baker nem ao menos constitui um argumento para a existência de Deus. O argumento da Fé, conforme foi exposto, é até contraditório com a Doutrina Católica e retira Deus do plano de discussão e coloca-o como algo que só pode ser avaliado por experiência pessoal.
  • Poderes Psíquicos: De todas as refutações, a mais curta e mais mal feita.Apelo à autoridade, Petição de Princípio e informações que simplesmente não são úteis para refutar o argumento são a única coisa que Dan Baker apresenta nesse setor de seu texto.

Naturalmente, recomendo que se leia cada uma das partes para ter uma avaliação completa do texto de Baker que, ao ser bem avaliado, só serve como propaganda neo-ateísta e propaganda de degradação da imagem Teísta, talvez também sirva como exercício de refutação de falácias.

Espero que tenham gostado dessa série de posts que acaba de chegar ao fim. Deixem suas opiniões nos comentários, pois elas são importantes. Espero que se algum dia eu ler algum outro texto de Dan Baker ele seja melhor que este e que tenha menos Petição de Princípio(chega a ser assustadora a quantidade de vezes que ele utiliza esse recurso!) e mais informações úteis.

Written by catolicoresp

08/02/2012 at 19:00

Publicado em Análise de textos

Análise de texto: Refutação de alguns argumentos a favor da existência de Deus – Fé e Poderes Psíquicos

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Apresentação do argumento por Dan Baker:

“A crença em Deus não é intelectual. A razão é limitada. A verdade de Deus só pode ser conhecida através de um salto de fé, que transcende mas não contradiz a razão.”

Isso não é nem de longe um argumento para a existência de Deus…

Isso não é argumento. Admitir que algo é não-intelectual remove esse assunto do domínio da discussão. Sim, a razão é limitada: é limitada aos fatos. Se você ignorar os fatos, só fica com hipóteses e o desejo de que fossem reais.

Simples e correto. Naturalmente, não é algo que ajude na inexistência de Deus, mas certamente usar o argumento que ele expôs é retirar Deus do plano de discussão  tratar a experiência pessoal como fonte única de conhecimento de Deus, o que não bate com a doutrina Católica.

Fé é a aceitação da verdade de uma declaração apesar de evidência insuficiente ou contraditória, o que nunca foi consistente com a razão.

Falso. Já comentei isso. Fé e razão não são contraditórios. Ou então o ateísmo(que também apresenta uma fé – a da inexistência de Deus) também seria inconsistente com a razão(se os ateus lerem isso, vão ter um surto).

A fé, pela sua própria invocação, é uma admissão transparente de que as alegações religiosas não se conseguem manter de pé por si mesmas.

Quem leu o texto que citei acima viu que não é assim que funciona. Isso é só propaganda neo-ateísta.

Mesmo que o teísmo fosse uma hipótese consistente (não é), ainda precisaria de ser provado. É por isso que a maioria dos teístas minimiza a prova e a razão e enfatiza a fé, por vezes afirmando de forma ridícula que a ciência requer fé, ou que o ateísmo é uma religião.

Ele apenas afirma que o Teísmo não é consistente… Pra variar, ele não evidencia o que diz. E, de fato, o Teísmo deve ser evidenciado, e ele é evidenciado, basta conhecer o Argumento Cosmológico de Kalam, Argumento Ontológico, Argumento Moral…

Ele aproveita pra dizer que “a maioria dos teístas minimiza a prova e a razão e enfatiza a fé”, mas não faz nada para evidenciar o que diz, eu simplesmente devo acreditar que isso é verdade. Na minha experiência isso não é nem um pouco realista. Ademais, a Ciência requer fé(vide o texto que já citei nesse post, que mostra que não é “ridículo” fazer essa alegação, como insinua Dan Baker) e o ateísmo também requer fé, embora não seja uma religião propriamente dita.

Poderes Psíquicos

Apresentação do argumento por Dan Baker:

“Há forte evidência de poderes psíquicos, reencarnação e coisas semelhantes. Você tem de admitir que há ali alguma coisa!”

Não tenho uma opinião formada sobre esse argumento(ainda), então prefiro não comentá-lo.

A maioria dos cientistas discorda que haja forte evidência para alegações “paracientíficas”.

Grandes porcaria. A maioria dos cientistas pode perfeitamente estar errada. É só um apelo à autoridade, coisa que ele conhece e critica no Argumento da Ciência, mas curiosamente se esquece neste momento…

Quando cuidadosamente examinadas com controles rígidos, são geralmente expostas como deturpações ou completa fraude.

Geralmente não é suficiente. Para que o argumento acima seja inválido, todos precisariam ser falsos, e não quase todos. Queremos a explicação justamente desses que não foram explicados ou descobertos como fraude. Afinal, os fraudulentos já temos explicação: A preocupação é com os que não são fraudes, pois esses é que ocorrem e não possuem uma explicação.

Mesmo que essas alegações fossem legítimas, fenômenos misteriosos podem ter explicações perfeitamente naturais.

Podem ter e podem não ter também. “Podem ter” não é suficiente para rejeitar o argumento, somente o “tem” seria útil para fazê-lo.

Nesses casos, os céticos preferem suspender o julgamento em vez de se lançarem em conclusões supersticiosas.

De fato, os céticos preferem suspender o julgamento, e não é isso que o ateísmo faz. O ateísmo nega tais fenômenos como reais, e não simplesmente suspende o julgamento. Se o cético prefere suspender o julgamento, podemos perceber que o ateísmo, neste caso, não adota uma postura ceticista como eles costumam afirmar.

Written by catolicoresp

05/02/2012 at 19:00

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Análise de texto: Refutação de alguns argumentos a favor da existência de Deus – Ciência

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Minha primeira pergunta quando vi o “nome” do argumento: Que? Vejamos o que seria o Argumento da Ciência.
Apresentação do argumento por Dan Baker:
“Há muitos cientistas que acreditam em Deus. Se muitas das pessoas mais inteligentes do mundo são teístas, então a crença em Deus deve ser sensata.”

Honestamente, já vi muito ateu dizer algo semelhante, mas em geral em referência à inexistência de Deus. E, cá entre nós, isso não passa de um apelo à autoridade extremamente mal feito, já que a existência de Deus é um assunto Filosófico e não Científico.

Isto não passa de um apelo à autoridade, que os ateus também poderiam fazer, e até melhor. Os acadêmicos, como grupo, são muito menos religiosos que a população em geral.

Números, por favor. E, mesmo com eles oferecidos, são irrelevantes.

Embora seja fácil encontrar cientistas que são crentes, nenhum deles consegue demonstrar cientificamente a sua fé. A crença é normalmente um assunto cultural ou pessoal separado da ocupação e ninguém, nem mesmo um cientista, é imune às seduções irracionais da religião.

Mais propaganda neo-ateísta, que lança a religião como uma “sedução irracional”(evidências, por favor)… Ademais, eu não espero que um cientista prove sua fé Cientificamente, já que Deus está além do plano de investigação da Ciência(ver aqui e aqui)

Apresentação do argumento por Dan Baker:

“A nova ciência da física quântica está a mostrar que a realidade é incerta e menos concreta. Agora há lugar para milagres. Uma perspectiva teísta do mundo não é inconsistente com a ciência.”

Antes da Física Quântica os milagres eram perfeitamente possíveis, e continuam sendo depois dela. Essa apresentação aqui não faz o mínimo sentido!

Isso é um disparate. Um milagre é supostamente uma suspensão das leis naturais que aponta para um domínio transcendente. Se a nova ciência torna os milagres naturalmente possíveis (um conceito contraditório), então não há domínio sobrenatural, nem deus.

Que Non Sequitur macabro. A não-existência de milagres não implica necessariamente na não-existência de Deus.

Na física quântica, o termo “incerteza” não se aplica à realidade, mas antes ao nosso conhecimento da realidade.

Informação desnecessária.

O teísmo implica um domínio sobrenatural. A ciência limita-se ao mundo natural. Portanto, o teísmo nunca pode ser consistente com a ciência, por definição.

Mas que mentira descarada! O Teísmo – sendo mais específico, o Cristianismo – foi o que possibilitou o surgimento da Ciência. A existência de milagres não afirma que não há leis naturais que podem ser estudadas, uma coisa não tem nada a ver com a outra. O Teísmo alega que existem Leis naturais, que podem ter interferência de um ser sobrenatural. Não é o mesmo que negar as Leis naturais. O que foi dito aqui foi um absurdo sem tamanho.

Written by catolicoresp

02/02/2012 at 19:00

Publicado em Análise de textos

Análise de texto: Refutação de alguns argumentos a favor da existência de Deus – Argumento Ontológico e Revelação

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Outro dois em um!

Argumento Ontológico

Apresentação do argumento por Dan Baker:

“Deus é um ser tal que nenhum ser maior pode ser concebido. Se deus na realidade não existe, então é possível concebê-lo como maior do que é. Portanto, Deus existe.”

Embora eu ache que ficou um pouco resumido demais, serve como parâmetro.

Há dezenas de variantes do argumento ontológico, mas S. Anselmo foi o primeiro a articulá-lo deste modo. A falha neste raciocínio é tratar a existência como um atributo. A existência é um dado adquirido.

Por acaso a existência não é um atributo? Ou um “dado adquirido” também não é um atributo? Acaso a minha existência não é um atributo do meu ser? Que coisa bizarra de se dizer, Dan Baker! Até onde me consta, a existência é, sim, um atributo que pode até ser modificado. Exemplo: Não existem mais mamutes. Agora os mamutes não possuem o atributo da existência, embora já tenham tido tal atributo. O fato da existência ser um dado adquirido não impede que ela também seja  um atributo.

Nada pode ser grande ou perfeito a menos que exista primeiro, portanto o argumento está invertido.

Parabéns, Dan Baker, você acaba de apresentar o Argumento Ontológico novamente(“Nada pode ser grande ou perfeito a menos que exista primeiro.” Continuando: Deus é perfeito por definição. Logo, Deus existe). Muito obrigado. Eu só estou aqui me perguntando o que é um “argumento invertido” e, sabendo o que isso é, eu pediria que Dan Baker nos mostrasse onde está a tal inversão do argumento.

Uma boa maneira de refutar este raciocínio é substituir “ser” e “Deus” com outras palavras. (“A Ilha do Paraíso é uma ilha…”) Dessa forma poderíamos provar a existência de um “vácuo” perfeito, o que significaria que nada existe!

Snowball já resolveu essa refutação, que é uma mera adaptação do Argumento de Gaunilo sobre a Ilha Perfeita.

O argumento esmaga-se a si próprio, porque pode conceber-se deus como tendo massa infinita, o que é refutado empiricamente. 

A quantidade de massa é algo necessário para a perfeição de Deus? Ou melhor: Se Deus é imaterial, como pode ter massa? Esse comentário não fez sentido.

E está-se a comparar maçãs com laranjas ao se supor que a existência na concepção pode de alguma forma estar relacionada com a existência na realidade.

Ele simplesmente afirma isso, mas não evidencia(como de costume). Se ele defende isso, mostre que está correto ou não espere que eu engula tal desculpa.

Mesmo que a comparação fosse válida, por que é a existência na realidade “maior” (seja lá o que isso signifique) do que a existência na concepção? Talvez seja ao contrário.

Não admira que Bertrand Russell tenha dito que todos os argumentos ontológicos são um caso de má gramática!

Oras, não vi muito sentido nisso. A existência na concepção é, na prática, a inexistência(ou então podemos dizer que dragões existem). Me parece um tanto lógico conceber que a existência é melhor que a inexistência, e não o contrário, principalmente para um ser perfeito que, por sua perfeição, não tem necessidades e está pleno consigo mesmo. Se o ser fosse infeliz e imperfeito, talvez fosse melhor(para ele) a inexistência, mas não vejo o mesmo se aplicando para um ser perfeito.

O que Bertrand Russel disse ou não disse realmente não me importa. Se não houverem evidências, vou preferir ficar com o que está evidenciado.

Revelação

Apresentação do argumento por Dan Baker:

“A Bíblia é historicamente confiável. Não há razão para duvidar dos testemunhos dignos de confiança que resistiriam em tribunal. Deus existe porque Ele se revelou através da Bíblia.”

Vou confessar que não gostei nada dessa apresentação. Primeiro, porque a Revelação também não nos oferece prova definitiva como a apresentação feita por Baker sugere(“Deus EXISTE porque se revelou através da Bíblia). Segundo, porque não há suporte para nenhuma das premissas na apresentação de Dan Baker(embora tais suportes existam, Dan Baker não os apresenta). Assim, o argumento conforme ele apresentou não passa de uma tremenda Petição de Princípio e, portanto, pode ser descartada como uma Falácia(vou confessar que me surpreendi com o fato que Dan Baker não citou isso!).

A Bíblia reflete a cultura do seu tempo. Embora boa parte do seu enredo seja histórico, também há uma boa parte que não é. Por exemplo, não há apoio contemporâneo para a história de Jesus fora dos evangelhos, que foram escritos por desconhecidos entre 30 a 80 anos depois da alegada crucificação (dependendo do perito que consultarmos). Muitos relatos, como as histórias da criação, entram em conflito com a ciência. As histórias da Bíblia são apenas isto: histórias.

Um monte de besteira. Primeiro, Baker simplesmente alegou que o enredo Bíblico é, em boa parte, não histórico, coisa que até concordo(Exemplo: Início do Gênesis). Mas isso não significa que os Evangelhos não apresentam registros históricos precisos. Segundo, é falsa a alegação de que não há registros históricos da existência de Jesus fora dos Evangelhos, basta ver, por exemplo, Josefo(ou ler os Capítulos 9-11 do livro Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu de Norman Geisler e Frank Turek, para ser mais detalhista e completo).

Terceiro, porque ele diz que “foram escritos por desconhecidos entre 30 a 80 anos depois da alegada crucificação”, mas vejamos… Ser escrito por desconhecidos(ou conhecidos) realmente é algo que não importa, embora se faça certa ideia de quem foram os escritores dos Evangelhos. Ademais, mesmo que eu aceite que os Evangelhos foram escritos de 30 a 80 anos depois da crucificação, eu não ficaria surpreso, já que as informações usualmente eram passadas oralmente naquela época. Em quarto, os conflitos entre Ciência e Bíblia eu mesmo já resolvi sem muitos problemas(aqui e aqui). Nem preciso comentar “as histórias da Bíblia são apenas isto: histórias”, não é? Mais uma alegação que simplesmente não foi devidamente evidenciada por Dan Baker.

A Bíblia é contraditória. Um bom exemplo é a discrepância entre as genealogias de Jesus dadas por Mateus e Lucas. A história da ressurreição de Jesus, contada por pelo menos 5 escritores diferentes, é irremediavelmente irreconciliável. Peritos descobriram centenas de erros bíblicos que não têm sido satisfatoriamente explicados por apologistas.

Eu gostaria de saber quais são esses “erros bíblicos que não têm sido satisfatoriamente explicado por apologistas”, mas, infelizmente, Dan Baker novamente não nos deu nenhuma fonte para sua alegação. Ademais, as diferenças de descrições na Bíblia não são um problema, conforme já  mostrei neste post.

A Bíblia, tal como outros escritos religiosos, pode ser explicada em termos puramente naturais. Não há razão para exigir que seja ou completamente verdadeira ou completamente falsa.

Concordo plenamente, e o Catolicismo não exige que a Bíblia seja tratada como completamente verdadeira. E se a Bíblia “pode ser explicada em termos puramente naturais”, eu gostaria de ler essas explicações. Infelizmente, Dan Baker mais uma vez não nos dá uma fonte onde possamos ver isso acontecendo… Ele não se cansa de alegar sem evidenciar.

O cristianismo está repleto de paralelos de mitos pagãos, e a sua emergência como seita messiânica do século II resulta das suas origens sectárias judaicas. Os autores dos evangelhos admitem que estão a escrever propaganda religiosa (João 20:31), o que é uma pista de que devem ser tomados com algumas reservas.

A primeira parte é mais um monte de alegação não comprovadas que, mesmo se fossem verdadeiras, constituiriam uma Falácia Genética, já que a origem do cristianismo e possíveis influências não caracterizam o Cristianismo como falso(e isso vale para qualquer religião). E é bastante óbvio que os Evangelhos estão aí para fazer propaganda religiosa, o que não significa que eles apresentam dados falsos. Afinal, os Cristãos morriam para defender os Evangelhos… Se fossem algo sem valor, eles não o fariam, não é?

E eu simplesmente não entendi porque o fato do Evangelho ser usado para apoiar o Cristianismo tem a ver com desconfiar do Evangelho…

Thomas Paine, em The Age of Reason (A Idade da Razão), indicou que a Bíblia não pode ser revelação. Revelação (se existe) é uma mensagem divina comunicada diretamente a alguma pessoa. Assim que essa pessoa o relata, isso se torna um rumor em segunda mão. Ninguém está obrigado a acreditar nisso, especialmente se for fantástico.

Como é? Eu entendi certo? Ele nos dá a definição de revelação(“é uma mensagem divina comunicada diretamente a alguma pessoa”) e diz que, se ela for relatada, se torna um “rumor em segunda mão”… Como se isso significasse que o relato é falso ou mesmo significasse que a Bíblia não foi revelada ao seu escritor! Se a Bíblia for o relato de uma revelação, o fato de que ela foi escrita não faz com que o escritor deixe de ter tido uma revelação. E ninguém obriga você a acreditar na Bíblia ou mesmo diz que você é obrigado a acreditar. E o ateísmo é mais que a descrença: É a negação. É bom lembrar disso as vezes.

É muito mais provável que relatos sobre o miraculoso sejam devidos a erro honesto, engano deliberado ou interpretação teológica meticulosa de eventos perfeitamente naturais.

Acredite no que ele diz sem questionar e sem pedir provas. Mais uma alegação não evidenciada…

Alegações extraordinárias requerem provas extraordinárias.

É quase o nome da Técnica! Aqui a refutação.

Um critério da história crítica é a suposição de regularidade natural ao longo do tempo. Isso exclui milagres, que por definição “passam por cima” das leis naturais. Se admitirmos a existência de milagres, então todos os documentos, incluindo a Bíblia, tornam-se inúteis enquanto história.

E é por isso que a história usa a Bíblia como evidência histórica, mas não dá um veredito sobre a veracidade dos milagres. Além disso, o não-uso de milagres para a “história crítica” não serve para mostrar que os milagres são falsos, já que a história crítica não é fonte de toda a verdade. E também não segue que da existência de milagres os documentos se tornam inúteis como história.

Written by catolicoresp

30/01/2012 at 19:00

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